ATA DA SEXAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 1º-7-2010.

 


Ao primeiro dia do mês de julho do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, André Carús, Bernardino Vendruscolo, Dr. Raul, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alceu Brasinha, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Luiz Braz, Mario Manfro, Maristela Maffei, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulo Marques, Pedro Ruas e Tarciso Flecha Negra. À MESA, foram encaminhados: pelo vereador Idenir Cecchim, os Projetos de Lei do Legislativo nos 112 e 114/10 (Processos nos 2565 e 2567/10, respectivamente); pelo vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 115/10 (Processo nº 2568/10); e pela vereadora Maria Celeste, o Projeto de Lei do Legislativo nº 096/10 (Processo nº 2256/10). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 577674 e 581260/10, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Quinquagésima Terceira Sessão Ordinária, da Sexta Sessão Extraordinária e da Nona, Décima, Décima Primeira, Décima Segunda, Décima Terceira, Décima Quarta, Décima Quinta, Décima Sexta e Décima Sétima Sessões Solenes. A seguir, foram apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo: nº 019/10, de autoria do vereador Carlos Todeschini, no dia de hoje, na inauguração das novas instalações da UTI do Hospital Conceição, às quatorze horas e trinta minutos, em Porto Alegre; e nº 026/10, de autoria da vereadora Sofia Cavedon, no dia de hoje, na Audiência Pública da Comissão Especial sobre a Implantação do Plano de Manejo da Área de Preservação Ambiental Estadual do Delta do Jacuí, às doze horas e trinta minutos, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao senhor Paulo Jorge Cardoso do Amaral, que, em nome do Instituto de Integração Social, discorreu sobre problemas habitacionais em Porto Alegre. Também, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Paulo Marques, Adeli Sell, Tarciso Flecha Negra, Fernanda Melchionna, Toni Proença, Reginaldo Pujol, Airto Ferronato, DJ Cassiá e Engenheiro Comassetto, este pela oposição, manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador DJ Cassiá. A seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra ao senhor Paulo Jorge Cardoso do Amaral, para considerações finais sobre o tema em debate. Às quatorze horas e cinquenta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinquenta e oito minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do Dia do Bombeiro, nos termos do Requerimento nº 060/10 (Processo nº 2454/10), de autoria do vereador Idenir Cecchim. Compuseram a Mesa: o vereador Nelcir Tessaro, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Major Hélio Leão, Chefe do Estado Maior do Comando do Corpo de Bombeiros; e o Tenente-Coronel Humberto Teixeira Santos, Comandante do 1º Comando Regional de Bombeiros de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o vereador Idenir Cecchim. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra ao Tenente-Coronel Humberto Teixeira Santos, que destacou a importância do registro efetuado pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Na ocasião, foi registrada a presença de oficiais e praças do Corpo de Bombeiros. Às quinze horas e vinte e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e vinte e sete minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, o senhor Presidente registrou a presença das senhoras Alessandra Klafke de Almeida, Thalita Stiehl Souza, Emili Schneider e Dita Lori Feldmann, respectivamente Rainha, 1ª Princesa, 2ª Princesa e Avó da São Lepoldo Fest, a ocorrer do dia vinte e quatro de julho ao dia primeiro de agosto do corrente, no Município de São Leopoldo – RS. Às quinze horas e vinte e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e trinta minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos do artigo 180, § 4º, do Regimento, a tratar da Síndrome de Alienação Parental. Compuseram a Mesa o vereador Nelcir Tessaro, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, e o senhor Sérgio Moura, da Associação Gaúcha Criança Feliz. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso I, ao senhor Sérgio Moura, que se pronunciou sobre o tema em debate. Em COMUNICAÇÕES, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso III, do Regimento, pronunciaram-se os vereadores Engenheiro Comassetto, Mario Manfro, João Antonio Dib, Aldacir José Oliboni, André Carús, Dr. Thiago Duarte e Dr. Raul e a vereadora Fernanda Melchionna. A seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra ao senhor Sérgio Moura, para considerações finais sobre o assunto em discussão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Aldacir José Oliboni, André Carús e Engenheiro Comassetto, este pela oposição. Na ocasião, foi apregoado o Projeto de Lei do Legislativo nº 121/10 (Processo nº 2646/10), de autoria do vereador João Bosco Vaz. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 017/10; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 264/09, 082, 095 e 098/10. Às dezesseis horas e trinta e nove minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo vereador Nelcir Tessaro e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que eu, Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apregoo o Memorando nº 19/10, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que solicita representar esta Casa no dia de hoje, às 14h30min, na inauguração das novas instalações da UTI do Hospital Conceição.

Apregoo o Memorando nº 026/10, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que solicita representar esta Casa no dia de hoje, a partir das 12h30min, na sala Maurício Cardoso da Assembleia Legislativa, que terá como pauta a apresentação, pelo Departamento de Florestas e Áreas Protegidas da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, da situação sociogeográfica do Delta do Jacuí.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Paulo Jorge Cardoso do Amaral, representando o Instituto de Integração Social, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo à habitação para as Vilas Tronco Nossa Senhora do Brasil; Mariano de Matos; Silvia Paz; Tronco Postão; Vila do Campinho; Tronco Neves; Beco do Lago; Maria; Figueira; Cruzeiro do Sul e Centro Comunitário Paulo VI.

 

O SR. PAULO JORGE CARDOSO DO AMARAL: Boa-tarde, meu Presidente da Câmara de Vereadores, Ver. Tessaro; boa-tarde, Vereadores presentes. É um prazer estar nesta Casa novamente nesta Tribuna Popular. Eu retorno a esta Casa a pedido da comunidade da Grande Cruzeiro para pedir um favor aos Vereadores de Porto Alegre, já que esta Casa representa a população de Porto Alegre. Nós, da região Cruzeiro, estamos muito preocupados com esse processo da SECOPA, no que se refere à Copa do Mundo que vai ser em 2014, com a remoção das famílias da Tronco, porque, até agora, ainda não existe nada nos dizendo o que vai acontecer. Até agora, estamos ainda enuviados, perdidos nesse processo. Até agora, não somos respeitados pela luta da Cruzeiro, um movimento social de Porto Alegre. A Cruzeiro tem uma história de lutas, de conquistas, Ver. Nelcir Tessaro. E preocupados com isso, mandamos várias vezes à Prefeitura documentos pedindo providências, pedindo que a Cruzeiro seja ouvida, e até agora ainda não fomos correspondidos. Essa preocupação deixa a população inquieta. Essas famílias vão para onde quando mexerem? E o DEMHAB não nos dá resposta. Não quero ser injusto com ninguém, mas eu gostaria que o Diretor do DEMHAB nos ouvisse, ouvisse a proposta da região, a proposta da comunidade, a proposta da população, porque nós, da Cruzeiro, entidades sociais, Presidente, temos uma luta histórica. A região já botou Vereadores aqui dentro, é uma região que tem voto.

Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o que vai acontecer com a gente? Eu não digo por mim, mas pela população que precisa. Vão para onde? E aí chegam as eleições, para tudo, e começa o cadastramento não sei quando. E aí a história muda, como acontece na Copa do Mundo: o jogo está dois a um, o time faz um gol, mas é impedido aquele gol, e o que acontece? A história muda. E muda uma história por um erro. Nós, acostumados com esse processo, conhecendo o processo, vimos aqui pedir para vocês que criem uma comissão externa na Câmara, uma comissão de acompanhamento, e que tenhamos assento nessas cadeiras, porque nós sabemos fazer projetos, sabemos pedir, sabemos negociar. Nós queremos ajudar a Prefeitura, meu Presidente Tessaro, meu Ver. Tarciso Flecha Negra, Ver. Paulo Marques, Ver. Adeli Sell, Ver. João Antonio Dib, Ver. Reginaldo Pujol. A Cruzeiro já foi a casa do Ver. Reginaldo Pujol, foi a casa do Ver. João Antonio Dib. Eu moro lá há sessenta anos, tenho uma entidade social de luta, meu Ver. João Bosco Vaz. Não podemos atirar esse povo na miséria e jogar para a Zona Sul, que não tem hospital, não tem escola. Hoje estamos aclamando que a Câmara passe a ser nossa parceira, pois a região sempre elegeu Vereadores.

Vocês viram o que aconteceu na FASE, a loucura do Governo, que queria despejar a população que está lá há anos morando. Nós não estamos fora disso, não temos para onde sair, estamos lá dentro. E isso vai acontecer se nós não corrermos na frente, se a Câmara de Vereadores não nos ouvir e não nos ajudar. Não é só na hora dos votos. Não! É uma luta constante. Somos cidadãos, pagamos impostos. Não temos direito à ocupação da terra, porque foi um erro de Governo, porque é área federal. O Ver. João Antonio Dib, ex-Prefeito de Porto Alegre e engenheiro, conhece. Na época, ele foi negociar com uma cooperativa federal. Aquilo ali hoje é do DEMHAB, sem sabermos por quê. E passa a coisa solta, sem preocupação. Mas por que estão despreocupados?

Nós precisamos ter um modelo de gestão, um modelo de conhecimento. Só podemos fazer isso se os Vereadores de Porto Alegre olharem com carinho o povo dessa região. Temos comissões de negociação, só queremos ser ouvidos e termos um assento à Mesa. Por isso estamos aqui pedindo aos Vereadores que tenham a sensibilidade de criar uma comissão especial de acompanhamento, para que não sejamos pegos de calça na mão.

Há um ditado, Ver. João Antonio Dib: “quem não corre na frente dança.” E nós aprendemos isso aí, porque todos aqui somos lideranças de lutas. Se hoje a região da Tronco, da Cruzeiro, tem um posto de Saúde, tem um PACS, é luta da comunidade junto ao Orçamento Participativo - OP. Se hoje há uma decisão, nós estamos juntos lá, mas não temos direito de exigir leis. Então, quem hoje fiscaliza o Prefeito é a Câmara de Vereadores. É por isso que estamos aqui pedindo auxílio.

A Vila Cruzeiro tem 90 mil famílias. A Vila Cruzeiro tem uma luta fantástica em Porto Alegre, não quer passar o que passou a FASE, lá em cima, naquela área da FEBEM: aquela loucura, despejo. Queremos projetos de edifícios lá dentro, como o Projeto de Belo Horizonte, por exemplo, a fantástica Belo Horizonte, uma cidade que está crescendo no seu nível de humanização. Meu Presidente, Vereadores, desculpem a minha emoção, mas pedimos auxílio a esta Casa. A população pede, exige respostas. Eu não sei dar resposta porque dependo de uma legislação municipal. Só posso pedir ao Presidente Tessaro que, novamente, volte à região com a tribuna da Câmara, porque foi fantástica a outra vez em que ela esteve lá. A Câmara vai à comunidade para ouvir o que a comunidade precisa - é a ouvidoria. Então, Presidente Tessaro, Vereadores desta Casa, agradeço por estar aqui presente para falar com vocês, mas peço que vocês ouçam a comunidade!

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PAULO JORGE CARDOSO DO AMARAL: Além do pedido da comissão externa, os moradores pedem o bônus-moradia. O que é o bônus-moradia? É a alternativa da comunidade para poder ser reassentada. Meu Presidente Tessaro, Vereadores, o pessoal pede que seja votado aqui dentro o bônus-moradia, que as Comissões passem a acelerar o processo do bônus-moradia, que vai dar alternativa à população da região que vai ser removida, tanto a Cruzeiro quanto outras regiões de Porto Alegre, que isso assegure o direito de cidadania.

Então pedimos aos Vereadores e às Comissões que se comprometam conosco para acelerar esse Projeto junto ao Prefeito de Porto Alegre, para que ele possa registrar esse direito que nós pedimos. O bônus-moradia vai dar alternativa, meu Presidente Tessaro. Por isso, a importância que os Vereadores da Casa vejam essa alternativa para a região da Grande Cruzeiro.

Obrigado, meu Presidente, por podermos estar aqui. Que Deus nos ajude! Peço a Deus que ilumine esta Casa, ilumine a nossa comunidade! Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Paulo Jorge. Convido-o a fazer parte da Mesa.

O Ver. Paulo Marques está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PAULO MARQUES: Sr. Presidente, quero, antes de mais nada, reafirmar o meu compromisso com essa região, pois foi ela que me trouxe a esta Casa. Nesse sentido, sinto-me responsável por esse enfrentamento. E, dentro de um aspecto de ordenamento e de legalidade, estamos propondo - já está protocolada nesta Casa e entrará na Ordem do Dia de segunda-feira - a criação de uma comissão externa para acompanhar a duplicação da avenida, a retirada das famílias e todas as ações que forem de enfrentamento à comunidade da Vila Cruzeiro.

É esse o nosso compromisso. Esperamos que seja deferido e que os nomes sejam indicados pela nossa Presidência, para que possamos, de forma efetiva e ordenada, encaminhar as necessidades dessa população. Aqui o compromisso está reafirmado. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, do nosso Líder Engenheiro Comasseto, do Ver. Mauro Pinheiro, de toda a nossa Bancada, nós queremos afirmar e reafirmar o nosso compromisso com a comunidade da Vila Cruzeiro. primeiro, pela permanência das pessoas na região onde hoje estão residindo, porque o Estatuto da Cidade é a nossa garantia para que haja a permanência. Estamos abertos, e eu já protocolei, há bastante tempo, um Projeto, para que aquelas famílias que não quiserem permanecer ali possam ter o seu bônus-moradia. Mas os outros têm condições, e a região permite que possamos fazer edificações, e todos poderão permanecer nesse local, inclusive abrindo pequenos espaços para áreas verdes e praças, que é o que mais falta para essa comunidade.

Eu quero, portanto, dizer, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, fazendo coro ao Paulo Marques que também afirmou esse compromisso, que esse tem de ser um compromisso dos 36 Vereadores para o bem de Porto Alegre, para que a Copa seja um sucesso. A ampliação da avenida vai acontecer, sim, com a permanência das pessoas, com dignidade, com área verde e com a garantia de que o povo vai usufruir a Copa do Mundo como qualquer pessoa que visitará Porto Alegre. A Copa só será boa se ela for boa para os cidadãos de Porto Alegre. Nós temos certeza de que ela será, porque o povo está mobilizado, o Governo terá de nos ouvir e a sociedade há de aplaudir o que nós conquistarmos juntos aqui na Câmara Municipal. Muito obrigado. Viva a Grande Cruzeiro!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra, nos termos do artigo 206 do Regimento.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Vereadoras. Boa-tarde a todos e à Vila Cruzeiro, que muito me encanta. Eu já estive ali muitas e muitas vezes. No ano passado, estive na comunidade com o Jorge, e todos sabem que a minha bandeira é a inclusão da criança através do esporte, educação e lazer. Copa do Mundo é bom! Porto Alegre precisa dessa Copa do Mundo para crescer mais, mas a minha briga, gente, é pelos espaços de lazer das nossas crianças; esses não podem acabar, tem de arrumar áreas para fazer hotéis, shopping, fora da área de lazer das crianças. Por isso eu vou brigar. Estou aqui não para brigar só pela Cruzeiro, estou aqui para brigar por toda a Porto Alegre nesse tema da criança. Então, Jorge, eu falo em meu nome, conte com o meu apoio no que for possível, que lá estarei apoiando vocês e caminhando junto com vocês para que a Cruzeiro tenha também o seu espaço lindo dentro de Porto Alegre, e que esse povo, que vem do outro lado do Atlântico, possa ver uma Porto Alegre humana e sensível para todos. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, prezados companheiros e companheiras da comunidade da Vila Cruzeiro e da Vila Tronco, eu venho, em nome do PSOL, trazer o nosso compromisso com a comunidade e com a luta para que essa Copa do Mundo, em Porto Alegre, não seja uma Copa para inglês ver; que essa Copa do Mundo, que virá em 2014, não sirva só de argumento para concessão de grandes isenções para os grupos empresariais, mas que sirva para melhorar a vida do povo. Que não se repita o que acontece hoje na África do Sul, em que os trabalhadores sul-africanos sequer receberam pelo trabalho em um país extremamente desigual, como nós estamos acompanhando na televisão todos os dias.

Nós precisamos, Ver. João Antonio Dib, nos comprometer - os 36 Vereadores da Casa -, as Bancadas, os Partidos políticos e, sobretudo, o empoderamento popular; nós precisamos do povo organizado, reivindicando, Sr. Paulo, e cobrando da Prefeitura que sejam executados os projetos de duplicação da Vila Tronco, mas, pelo amor de Deus, as famílias não podem ser trocadas de uma zona da Cidade para outra; tem que haver opção para os que querem ficar e opção para os que querem sair, como bem protocolou o Ver. Adeli Sell, no seu Projeto, com o bônus-moradia, que já tem o nosso apoio!

Agora, companheiros e companheiras, é preciso que esse processo da Copa sirva para termos as praças, para termos zona de lazer, e, sobretudo, para investir no Posto da Vila Cruzeiro, porque todo o mundo sabe o que é ficar dias, semanas, meses esperando o atendimento de uma especialidade, que sirva para melhorar a Saúde pública do povo, que sirva para melhorar a habitação popular para o povo de Porto Alegre, que sirva para haver uma alternativa de lazer para a juventude que está sendo cooptada pelo narcotráfico. Portanto, tem que servir de argumento para melhorar a vida dos porto-alegrenses... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Toni Proença está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, comunidade da Vila Cruzeiro, que vem hoje, organizadamente, pressionar esta Câmara para que haja um acompanhamento na questão dos investimentos que estão previstos para a Vila Cruzeiro em função da Copa do Mundo. Acho que existe aí uma boa oportunidade. Como disse a Verª Fernanda, essa oportunidade tem que se transformar em melhoria da qualidade de vida da população da Vila Cruzeiro.

Quero saudar, Paulo Jorge, essa Comissão de Habitação, a SECOPA, a Região da Grande Cruzeiro, que vem organizando as reivindicações da comunidade, trazem aqui uma lista, uma relação de reivindicações e demandas da comunidade, para que possa, havendo o investimento para duplicação da Av. Tronco, um investimento necessário para a Copa do Mundo e que vai se transformar, efetivamente, em melhoria de qualidade de vida para vocês que moram nessa Região, que precisam muito desse investimento, mas que ele seja definido e executado de acordo com o compromisso assumido com a participação de vocês.

Portanto, parabéns. Mantenham-se mobilizados. Nós tivemos, há pouco, o episódio da FASE, que só teve um bom desfecho, porque a comunidade estava mobilizada. Foi a mobilização da comunidade que fez com que a Governadora voltasse atrás e retirasse o Projeto da FASE para repensá-lo junto com a comunidade. É assim que tem que ser. Por isso esta Câmara tem que acompanhar o esforço da comunidade nas suas reivindicações e demandas. Parabéns a vocês pela luta.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, quero saudar o meu caro Paulo Jorge Cardoso do Amaral, que aqui falou em nome da sua comunidade; saúdo todos os seus parceiros de jornada que aqui se encontram.

O Dr. Dib, Líder do Governo, antes de eu falar nesta tribuna, disse: “Pode falar em nome do Governo”. Eu acho que ele disse que era do Governo dele que eu podia falar, porque, no Governo dele, nós cuidávamos muito bem da Vila Cruzeiro, e quando fizemos a Av. Tronco, enfrentamos problemas semelhantes a este e resolvemos tranquilamente. Ninguém deixou de morar na Vila Cruzeiro por termos que fazer a avenida. E ninguém precisa deixar de morar na Vila Cruzeiro para que se faça a Av. Cruzeiro. Essa obra é importante para a Cidade, mas não pode ser feita para castigar os tradicionais moradores da Vila Cruzeiro.

Eu quero, Sr. Presidente, me dirigir à liderança da comunidade, pessoa com quem eu convivo há muito tempo, com quem eu devo ter algum crédito. Em meu nome e em nome do Ver. Dib, que hoje é o Líder do Governo, nós não seremos insensíveis às suas reivindicações. E se o tempo deixou o Ver. Dib e eu um pouco surdos, essa não é uma surdez social, nós não vamos abandonar o povo da Cruzeiro e haveremos de ter uma boa solução para tudo isso. É a palavra que eu assumo! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, senhoras e senhores aqui presentes, caro e estimado amigo de longa data, Paulo Jorge, comunidade da Cruzeiro e da Tronco, eu quero dizer que estamos aqui também para manifestar um apoio irrestrito à causa. Eu tenho conversado da tribuna sobre a questão da Copa do Mundo. A Copa do Mundo, em Porto Alegre, não pode ser pensada apenas como um evento: aconteceu e terminou. Nós temos que pensar no que vai ficar de bom para a cidade de Porto Alegre e, especialmente, meu caro Paulo Jorge, para os moradores de Porto Alegre. Nós não podemos compreender que uma obra que será executada para a Copa do Mundo seja apenas para a Copa do Mundo, expulsando as comunidades de onde moram e piorando a vida das comunidades. É por isto que estamos aqui, para trazer um apoio a vocês. Nós precisamos fazer desse evento e dessas obras ações que venham a melhorar a vida das pessoas. Essa é a finalidade número um. Se isso acontecer, nós acreditamos que jamais será possível, não vai dar certo alguém pensar que vamos executar uma obra custe o que custar, e que não interessa para onde vão as pessoas que lá vivem. Elas vão ter que permanecer no local onde vivem. Obrigado e um abraço a vocês. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. DJ Cassiá está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, imprensa, comunidade da Grande Cruzeiro, que está nesta tarde aqui, sejam bem-vindos a esta Casa, que é nossa. Eu, em nome da Bancada do PTB - Ver. Nilo Santos, Ver. Brasinha, Ver. Maurício e Ver. Tessaro, Presidente desta Casa -, quero manifestar a posição desta Bancada. Não poderia ser diferente a posição desta Bancada, que tem uma história trabalhista. A posição desta Bancada é de que vocês tenham seus direitos e que seus direitos prevaleçam. E o momento é o bônus-moradia! (Palmas.)

Eu quero dizer às senhoras e aos senhores que jamais vou fazer demagogia e dar aquilo que não é meu, mas, ora, só um pouquinho! Se esta Casa está isentando dois clubes de futebol em função da Copa, eu quero saber o que a Copa vai deixar de benefício para a nossa comunidade. Se nós vamos dar dinheiro para dois clubes de futebol - e eu admiro os dois clubes -, nós também temos que assegurar os direitos de vocês. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. DJ Cassiá está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Obrigado, Sr. Presidente. Eu tenho certeza de que vou ser contestado por alguns colegas aqui em relação ao que eu estou colocando. Eu bati à porta de vocês como muitos outros, dizendo que eu seria a voz de vocês aqui dentro e defenderia os direitos de vocês. Então não posso me contradizer agora! (Palmas.) E vou mais longe: independentemente de bandeira política, eu tenho que defender os interesses do povo, gostem ou não gostem! Eu fui eleito, tenho direito e sou responsável por aquilo que falo aqui na tribuna, como também qualquer um tem direito de me contestar, desde que o debate seja feito com respeito. E eu estou aqui tentando fazer um debate com respeito, porque o respeito é um direito que vocês têm. (Palmas.)

Não vou me prolongar mais, não vou usar meus cinco minutos, mas eu quero dizer a vocês que podem contar com a Bancada do PTB! Estamos junto com vocês. Eu tenho falado seguidamente com o Michael, com o Paulo Jorge, com o meu grande colega, o Ver. Adeli, sobre a situação de vocês. E como eu sempre falei e sempre falo na comunidade: “Tamo junto e misturado!” (Palmas.) E vou finalizar com o nosso hino: eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente e viver tranquilamente na comunidade onde eu nasci. Estamos juntos!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento, pela oposição.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Muito obrigado, Sr. Presidente. Prezado Paulo Jorge e toda a comunidade da Grande Cruzeiro, que representa mais de noventa mil pessoas que moram naquela região, em nome do nosso Partido, o Partido dos Trabalhadores, e em nome do PSB e do PSOL - a nossa Bancada de oposição -, quero dizer que, primeiro, nós já temos aqui não só um acordo como um Projeto que nasceu desse campo político, e nós estamos discutindo com todos os Vereadores da Casa. O Projeto Bônus Moradia é de autoria do Ver. Adeli Sell, e vamos não só apoiá-lo - como foi dito aqui - como também fazê-lo andar com urgência nesta Casa. (Palmas.)

Segundo ponto, prezado Paulo Jorge: nesse Projeto da Copa, estão destinados para Porto Alegre muitos recursos. Só nesse Projeto já estão destinados, pelo Governo Federal, 129 milhões de reais e, depois, mais três milhões de reais do Município, o que dá em torno de 132 milhões de reais. O direito à moradia, ao reassentamento no local, isso já é um direito constitucional, é do Estatuto da Cidade. E eu agregaria mais um, Paulo Jorge, que é o direito à posse da terra, pois a grande maioria ali ainda não tem o título da sua propriedade, é o fato de nós trabalhamos para que, ao final deste processo, aqueles que estiverem reassentados em novas moradias, ou onde estiverem, tenham a titulação definitiva e que a avenida seja para qualificar aquela região. A participação popular está garantida; o Estatuto da Cidade garante a democracia participativa e a participação de vocês na discussão do Projeto. A vinda de vocês aqui hoje já é um gol de placa! Um grande abraço. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Sr. Paulo Jorge Cardoso do Amaral está com a palavra para as suas considerações finais.

 

O SR. PAULO JORGE CARDOSO DO AMARAL: Vereadores desta Casa; Presidente Tessaro, obrigado pela manifestação de vocês, obrigado pela calorosa acolhida de vocês à Vila Cruzeiro. Peço à comunidade presente, aos moradores, que acreditem no processo político. Michael, Ratinho, eu acho que essa nossa luta vale a pena.

Moradores, quero dizer a vocês que a luta da Grande Cruzeiro é na área da Educação, da Saúde e por moradia também, porque uma coisa se liga à outra. Hoje nós estamos com a situação da escola, meu Presidente, na área da Educação, horrorosa; a Saúde está horrível e também a moradia. Quero agradecer aos Vereadores presentes a calorosa recepção nesta Casa.

Eu sei que não é papel desta Casa fazer o projeto, mas eu quero que esta Casa cobre do Prefeito a aceleração desse projeto. E ainda peço mais, Presidente Tessaro: uma audiência com o Prefeito Fortunati, junto com os Vereadores desta Comissão Especial que foi agora implantada, para discutir o Projeto junto com a Gestão, com o nosso engenheiro de Gestão. Nós queremos saber como andam as coisas, porque a nossa Comissão vai fazer parte dessa luta. Quero agradecer a presença do nosso Presidente da UAMPA, mas acho importante que a Comissão da Cruzeiro faça parte da Comissão Especial da Câmara de Vereadores, Ver. Paulo Marques, para que possa acentuar o que está acontecendo.

Quero solicitar ao Presidente Tessaro que volte à comunidade da Cruzeiro para fazermos lá uma Tribuna Popular, porque, além de moradia, de projetos, existem outras coisas que precisam ser discutidas na região, pois é uma região para a qual não há projetos, mas, a partir de agora, com essa Comissão, com a comunidade, a Cruzeiro vai ficar marcada no mapa da Cidade. Quero também dizer que agora, no mês de setembro, será a Semana da Cruzeiro, para a qual já estou fazendo o convite a todos os Vereadores desta Casa.

Obrigado a todos - Vereadores, comunidade -, e que Deus ilumine vocês. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Paulo Jorge. Quero dizer que todos os Vereadores estarão engajados nessa proposta das comunidades. Nós faremos uma reunião de Mesa com as Lideranças para discutirmos no o mês de agosto - porque temos o recesso em julho -, a realização de uma Sessão Itinerante da Câmara na região, para tratarmos dos problemas aqui apontados.

Tenho certeza de que todos os Vereadores desta Casa estarão com a comunidade para resolvermos o problema e fazermos com que as famílias não tenham nenhum prejuízo com as obras que serão realizadas na Av. Tronco.

Suspendo os trabalhos para as despedidas. Obrigado.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h57min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro - às 14h58min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje este período é destinado a assinalar o transcurso do Dia do Bombeiro, nos termos do Requerimento nº 060/10, de autoria do Ver. Idenir Cecchim - Processo nº 2454/10.

Convidamos a fazer parte da Mesa o Major Hélio Leão, Chefe do Estado-Maior do Comando do Corpo de Bombeiros, e o Tenente-Coronel Humberto Teixeira Santos, Comandante do Primeiro Comando Regional de Bombeiros de Porto Alegre.

O Ver. Idenir Cecchim, proponente desta homenagem, está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Esta homenagem ao Dia Nacional do Bombeiro, que se comemora amanhã, dá-se, porque os bombeiros, conhecidos pelas crianças como os homens que combatem o fogo, fazem muito mais do que isso. Eu pedi para fazer esta homenagem aos bombeiros depois de assistir, nos últimos tempos, às grandes catástrofes que estão acontecendo no Brasil, em vários Estados. E todos nós assistimos pela imprensa.

Fala-se muito no trabalho da Defesa Civil, e ela presta um grande trabalho, mas, em todos esses locais, em todas essas tragédias, lá está o Corpo de Bombeiros. Os bombeiros fazem um trabalho importante e na hora mais difícil; os bombeiros ajudam a Defesa Civil - sempre. Os bombeiros são chamados na hora de um acidente para tirar alguém das ferragens, para resgatar alguém afogado, para um mergulho, para atender a população.

Neste ano, assistimos a tantas tragédias e vimos a participação desses homens corajosos, que também têm família - isso nós também temos que lembrar. Eles salvam vidas, protegem famílias, ajudam as famílias a saírem do sufoco, da hora triste, mas precisam cuidar também da sua própria família.

Então, esta homenagem ao Dia do Bombeiro, na realidade, é um agradecimento, Sr. Comandante, Sr. Chefe do Estado-Maior e demais membros da Corporação; é um muito obrigado pelo serviço que os senhores todos prestam à nossa Cidade, à nossa população. Em todas as horas, chama-se um bombeiro; nas mais diversas situações, lembramos do bombeiro, e não poderíamos deixar de lembrar, neste dia, de todos os serviços relevantes e da tranquilidade que eles nos passam ao sabermos que temos a quem apelar. Essa tranquilidade de sabermos que podemos confiar no nosso Corpo de Bombeiros é que nos motiva a homenageá-los.

Peço que todos reflitamos no sentido de que se dê mais apoio a essa Corporação, que faz o seu trabalho e o trabalho de outras corporações, o trabalho da população, o trabalho das entidades que estão a serviço da nossa gente, principalmente das pessoas que estão em situação mais difícil.

 

O Sr. Aldacir José Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre colega, Ver. Idenir Cecchim, eu quero parabenizá-lo pela iniciativa desta homenagem, em nome da bancada do PT, e gostaria de dizer da enorme importância do serviço que esses cidadãos prestam à cidade de Porto Alegre. Nós sabemos que muitos desses serviços, na verdade, não têm o apoio do Poder Público - creio que em Porto Alegre têm. E se não o têm, é importante que eles se dirijam à Câmara Municipal.

Acho que é um dever nosso, como Vereadores, autoridades, apoiar e dar a infraestrutura para esses cidadãos, porque percebemos, muitas vezes, que, no momento em que são chamados para salvar uma vida, enfim, para fazer um serviço de emergência, o quanto é importante o Corpo de Bombeiros na nossa Cidade.

Portanto, com certeza, nós sempre temos de louvar esses cidadãos que, às vezes, ficam um pouco atrás, na expectativa, e, quando são chamados, são atuantes, brilhantes, colocando a sua vida em risco em prol de outras vidas humanas.

Por isso, em nome da Bancada do PT, quero parabenizá-lo, bem como o trabalho excelente do Corpo de Bombeiros, que vem, em todo o País, em todo o mundo, nessa direção de salvar vidas humanas. Parabéns. Muito obrigado.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado, Vereador.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Idenir Cecchim, quero lhe dar meus parabéns por esta bela homenagem, porque, quando lembramos dos bombeiros, percebemos que eles são os verdadeiros heróis. E eu tenho um carinho muito especial pelos bombeiros, porque são homens de garra, pessoas sérias, que exercem o seu trabalho com toda a dedicação. Então, em nome da Bancada do PTB, quero dar os parabéns ao senhor, Ver. Idenir Cecchim, e a esses homens, que valem tanto e salvam tantas vidas. Parabéns, Corpo de Bombeiros!

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado, Ver. Brasinha.

 

A Srª Fernanda Melchionna: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Cecchim, primeiro, queria parabenizá-lo pela iniciativa, já aproveitando para fazer uma saudação especial, em nome do PSOL, no meu nome e no do Ver. Pedro Ruas, a esses trabalhadores que, na verdade, cumprem um papel fundamental nas horas mais difíceis, nas horas de risco de vida, nas horas de proteção à população e que, muitas vezes, não ganham os devidos louros e os méritos que merecem para o bom desenvolvimento, funcionamento da nossa sociedade.

Então, acho que é fundamental que o Legislativo esteja fazendo a sua homenagem. Quero parabenizá-lo novamente. Que, em outra oportunidade, possamos, também, discutir as próprias reivindicações, problemas que a categoria vive, para melhorar um trabalho que é tão fundamental e, ao mesmo tempo, tão arriscado. Parabéns! Vida longa ao Corpo de Bombeiros!

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado, Verª Fernanda.

O Sr. Toni Proença: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Idenir Cecchim, Sr. Presidente, queria cumprimentá-lo, Ver. Idenir, pela iniciativa, cumprimentar o Comandante e todos os integrantes do Corpo de Bombeiros, que estão aqui, são homens e mulheres que dedicam a sua vida a cuidar da vida dos outros. Essa é uma missão humanitária, uma missão que traz tranquilidade ao resto da população. Parabéns pelo trabalho, parabéns pelo dia de vocês amanhã. Eu acho que uma das grandes homenagens que todos fazem a vocês é quando a gente pergunta para uma criança o que ele quer ser quando crescer, e a primeira resposta sempre é: eu quero ser bombeiro. Então, isso é o resultado da imagem de heróis que vocês têm junto à população, principalmente junto às crianças. Parabéns.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado, Ver. Toni Proença.

 

O Sr. Mario Manfro: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Primeiramente, também, quero parabenizá-lo pela iniciativa, cumprimentar o Comandante e todos os elementos dos Bombeiros que estão aqui, e, de uma forma bem sucinta, eu quero ressaltar a importância dos Bombeiros. Numa pesquisa feita à população, havia uma pergunta que era sobre qual a profissão mais confiável, e os bombeiros tiraram o primeiro lugar tanto no Brasil quanto no resto do mundo. E vocês têm um exemplo muito grande a dar à nossa classe, porque a classe dos políticos ficou, infelizmente, numa posição bem aquém, lá embaixo. Então, eu acho que nós temos que nos espelhar na seriedade com que o Corpo de Bombeiros trabalha para que nós também tenhamos a mesma credibilidade. Obrigado.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado, Ver. Manfro.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador e companheiro Cecchim, parabéns pela iniciativa. Claro que eu sou daqueles que pregam ficha limpa para político, para bombeiro, para padre, para pastor, para todo o mundo. Então eu quero me somar também a tudo o que foi dito aqui pelos colegas que me antecederam e dizer, Cecchim, que eu tenho uma curiosidade. Há muito que eu não vejo inauguração, aquisição de equipamentos, escadas magirus. Eu tenho uma curiosidade muito grande para saber a capacidade que o nosso Corpo de Bombeiros tem, hoje, com os equipamentos. Sob o ponto de vista do potencial humano, eu sei que eles têm muita capacidade, é da formação da nossa Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros essa dedicação, mas eu tenho uma curiosidade muito grande em saber como estão os equipamentos que são oferecidos a essa Corporação que, a qualquer momento, pode ser solicitada a fazer defesa da vida, e, como disseram outros Vereadores aqui, muitas e muitas vezes nós, políticos, não olhamos para aquela capacidade, que é a capacidade da máquina, dos instrumentos. Eu tenho muita curiosidade a respeito disso. Quero cumprimentá-lo e cumprimentar todos esses soldados do fogo, que é o Corpo de Bombeiros.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado, Ver, Bernardino Vendruscolo.

 

O Sr. Airto Ferronato: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero fazer uma saudação especial aos participantes da nossa Mesa e demais bombeiros membros do Corpo de Bombeiros aqui presentes, e trazer o registro em meu nome pessoal e em nome da Bancada do PSB. Em primeiro lugar, quero cumprimentar V. Exª pela apropriada homenagem e, em segundo lugar, cumprimentar o Corpo de Bombeiros, sobre o qual eu, como funcionário público há mais 35 anos, não me canso de falar: nós temos uma referência no serviço público e, dentre tantas, o Corpo de Bombeiros é uma das principais que nós temos pelo belo serviço que presta à nossa comunidade. Obrigado.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado, Ver. Ferronato.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Idenir João Cecchim, eu quero cumprimentá-lo pela iniciativa de homenagear os homens que nos dão segurança.

Há poucos dias, eu assisti a um documentário cinematográfico onde bombeiros de dois países confraternizavam, e um deles diz que os bombeiros se constituem, no mundo todo, uma única família. Mas os nossos bombeiros, aqui do Rio Grande do Sul, são os primos pobres da família, porque o equipamento que eles têm para o combate às chamas, para qualquer eventualidade, qualquer evento trágico, não é dos melhores, mas a alma, a coragem, a decisão deles, essas sim, são de Primeiro Mundo. Portanto, eu quero saudar os bombeiros em nome do Partido Progressista, desejando que eles continuem assim, mas que recebam equipamentos melhores. Saúde e PAZ!

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado, Ver. Dib.

 

O Sr. Paulo Marques: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Cecchim, quero me solidarizar nesta sua homenagem e dizer que eu, como Secretário Adjunto da Defesa Civil e ordenador da despesa do Funrebom, conheço a realidade dos bombeiros, que é dura, de batalha, de construir no dia a dia as suas vitórias. Quero dizer que, ao enfrentar vários eventos adversos, eu, como bacharel em Direito, tive a oportunidade de me sentir homem, homem público, realizador efetivo de ações que atendem diretamente a população, pude conviver ao lado de vocês e me sinto muito orgulhoso de ter vivido esse período ao lado dos bombeiros. Muito obrigado.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado, Ver. Paulo Marques. Quero dizer que, aqui no Legislativo, esta era a homenagem que eu queria prestar aos nossos bombeiros, mas eu já fiz isso quando assumi a Secretaria de Produção, Indústria e Comércio e convidei um bombeiro, o Léo Antonio Bulling, para ser o meu Secretário Substituto - hoje o Léo Bulling é o Secretário da Defesa Civil de Porto Alegre. Quero também homenageá-lo, pois ele me ajudou nos quatro, cinco anos em que trabalhou lá na Secretaria e, como um bom bombeiro, fazia um equilíbrio com este descendente de italianos, que é um pouco mais agitado. Ele, com aquela paciência, com aquele treinamento de bombeiro, ajudou muito.

Quero pedir que os senhores levem ao Coronel Altair esta homenagem, também ao Comandante-Geral, o Coronel Trindade, e quero dizer que, pelas palavras que se ouviu aqui neste plenário, vocês podem ter certeza de que a Casa hoje fez um agradecimento ao serviço que vocês prestam. Estamos aqui à disposição para ver os equipamentos, Ver. Bernardino, para apoiar e para estar ao lado do Corpo de Bombeiros. Vida longa aos nossos bombeiros!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Registramos a presença do Grupamento de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros e dos Oficiais e Praças da Corporação. Sejam bem-vindos e parabéns!

O Tenente-Coronel Humberto Teixeira Santos está com a palavra.

 

O SR. HUMBERTO TEIXEIRA SANTOS: Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, especialmente o Ver. Cecchim; Chefe de Estado Maior do Comando do Corpo de Bombeiros, Major Leão, meu colega de turma; demais autoridades presentes, senhores representantes da imprensa, senhoras e senhores, neste ato estou representando o Sr. Comandante do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar, Coronel Aldair de Freitas Cunha.

Eu preparei aqui um pequeno relato da história do Corpo de Bombeiros, desde a sua criação, que foi no ano de 1895 aqui, na cidade de Porto Alegre, porque assim eu acho que podemos homenagear todos os bombeiros.

Em 1895, com quase 70 mil habitantes, Porto Alegre passava por um frenético período de expansão. A luz elétrica, levada a particulares por uma companhia inglesa, desde 1873, alcançava um número cada vez mais de residências. A iluminação pública contabilizava mais de seiscentos lampiões a gás. O serviço de transporte era exemplar. Os bondes, puxados a burros, já chegavam aos bairros mais distantes, como Menino Deus, Navegantes - com suas indústrias - e o longínquo Partenon, onde o Hospício São Pedro havia sido inaugurado 11 anos antes.

Nos fins de semana os porto-alegrenses se entregavam ao seu principal programa de lazer: ir ao Prado. Batalhões de aficionados se deslocavam até os quatro hipódromos então existentes na Cidade: Moinhos de Vento, Vicente da Fontoura, Menino Deus e Navegantes. Aparentemente, os serviços urbanos não deixavam nada a desejar, e o porto-alegrense desfrutava de uma agradável vida comunitária, sem maiores sustos e percalços. Mas não era bem assim.

Havia incêndios a perturbar esse belo cenário, e não existia quem os combatesse com eficiência. A Cidade não contava com um serviço oficial de combate ao fogo, que, até então, se limitava a um desorganizado e desaparelhado corpo de voluntários, incapaz de enfrentar sinistros de maior vulto.

A estrutura de construção das casas de comércio, situadas em ruas estreitas, e o fato de elas obedecerem, quando obedeciam, a um código de obras deficiente, eram a causa de seu próprio inferno, quando um incêndio iniciava. Com isso, as companhias de seguro então instaladas em Porto Alegre, preocupadas com a quantidade de incêndios e com a forma ineficaz de combatê-los, que, além de tudo, prejudicava-lhes a saúde financeira, tomaram iniciativa de fundar, estruturar e administrar um Corpo de Bombeiros, o primeiro da história da Cidade, tão bem equipado quanto os das capitais brasileiras de seu porte, e, com o passar do tempo, estenderam esse serviço às principais cidades do Interior.

O Corpo de Bombeiros de Porto Alegre foi inaugurado em 1º de março de 1895. A estação estava localizada na confluência da Av. Mauá com a Rua Dr. Flores. Seu efetivo era de 17 funcionários, sendo dez deles os assim chamados “soldados do fogo”, que, em suas batalhas, contariam agora com um carro equipado com bomba manual e puxado por parelhas de cavalos.

Em 1901, o Corpo de Bombeiros já contava com 39 homens, e foi adquirida a primeira lancha a vapor para as atividades de busca e salvamento. Em 1912, foi adquirida uma bomba química movida a ácido carbônico, e foram criadas mais duas estações: uma na Rua Almirante Barroso com a Av. Cristóvão Colombo, e a outra na Av. João Pessoa com a Av. Venâncio Aires. Em 1913, chega da Europa o primeiro carro, o Mulag, de 42 HPs. Ressalto que essa viatura ainda existe e se encontra nas nossas dependências; nós a chamamos de viatura 01, e de todos os desfiles de 7 e 20 de setembro ela tem participado. Talvez os senhores e as senhoras já tenham tido a oportunidade de vê-la.

Em 1924, foi criada a Biblioteca do Corpo, foi criada uma escola profissional, e foi adquirida a lancha General Petrazzi e dois caminhões Ford. Ressalto também que essa lancha, apesar de estar bastante danificada, ainda existe, e existe um projeto de recuperação, como parte da história, por todo o seu passado. Ela teve um passado muito glorioso, principalmente no incêndio das Lojas Renner, quando bombeou água do Guaíba para o incêndio, porque tinha um bomba muito potente, e o suprimento de água veio da água do Guaíba, bombeando a água do Cais do Porto para as Lojas Renner. Em 1934, recebeu-se a lancha General Rasgado. Essa lancha também existe, só que está, atualmente, no litoral.

Com o crescimento da cidade de Porto Alegre, as companhias de seguro entenderam que a atividade exigia um corpo de bombeiros ampliado e dotado de melhores equipamentos, como já acontecia nas maiores cidades do Brasil e do mundo. Assim, no dia 27 de junho de 1935, o General Flores da Cunha, Governador do Estado, assinou o Decreto que transferia o Corpo de Bombeiros particular de Porto Alegre à Brigada Militar.

Hoje o Corpo de Bombeiros da Brigada Militar está organizado em doze Comandos Regionais de Bombeiros, tendo, na coordenação desses doze Comandos Regionais, o Comando do Corpo de Bombeiros, sendo que o 1º CRB está sediado nesta Capital e tem como missão a prevenção e o combate a incêndios, o salvamento e ações de defesa civil na nossa querida Porto Alegre.

O 1º Comando Regional de Bombeiros possui, em sua organização, dez Sessões de Combate a Incêndio, estando elas localizadas nos seguintes bairros: Cidade Baixa, Partenon, Teresópolis, Restinga, Assunção, Belém Novo, Floresta, Passo D’Areia e Santa Cecília. A 10ª Sessão de Combate a Incêndio está localizada no interior do Aeroporto Salgado Filho.

Além dessas dez Sessões de Combate a Incêndio, Porto Alegre ainda é sede do Grupamento de Busca e Salvamento, que conta com dois aquartelamentos: Sessão Mauá, no Centro de Porto alegre, e a sede no Cais do Porto. O GBS realiza serviço especializado de busca e salvamento terrestre, aquático, altura e aéreo; também atende ocorrências envolvendo produtos perigosos, mergulho e busca e salvamento com cães. O primeiro CRB, no ano de 2009, atendeu 3.779 ocorrências, sendo 1.201 ocorrências de incêndio, e realizou 177 salvamentos de pessoas. Nesse ano, atendemos 503 ocorrências de incêndio e realizamos 99 salvamentos de pessoas.

Para atender essas ocorrências, o 1º CRB tem um efetivo de 283 bravos brigadianos, homens e mulheres que, diariamente, colocam em risco suas vidas em prol de outras pessoas. E é em razão dessa abnegação, em se doar para servir o próximo, que estamos aqui, penso eu, recebendo esta justa homenagem, a qual agradecemos ao Ver. Cecchim, que, ao nos homenagear, está reconhecendo o valor dos nossos serviços.

Dessa forma, novamente registramos os nossos agradecimentos aos nossos Vereadores, em especial ao Ver. Cecchim, e também a toda a população de Porto Alegre. Agradecemos, ainda, essa homenagem, porque amanhã, dia 02 de julho, estaremos comemorando o Dia Nacional do Bombeiro, que foi instituído através do Decreto nº 35.309, de 02 de abril de 1954, no Governo de Getúlio Vargas.

Concluindo, colocamo-nos à disposição nas vinte e quatro horas do dia para o que der e vier, pois Bombeiro não escolhe ocorrência, nem horário; tem que estar pronto nas vinte e quatro horas do dia, pois, seguindo o nosso lema, deve salvar, salvar, e sempre salvar.

Em nome de todos os Bombeiros da Brigada Militar, em especial dos de Porto Alegre, agradecemos por esta homenagem. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Queremos, mais uma vez, cumprimentar e agradecer ao Tenente-Coronel Humberto Teixeira Santos a sua manifestação, bem como ao Major Hélio Leão, e queremos, de nossa parte, enviar ao Coronel Altair nossos cumprimentos pelo Dia do Bombeiro. Nós entendemos que o bombeiro é a parte integrante da sociedade; é o que primeiro atende ou está pronto a atender, como bem disse em suas palavras finais: salvar, salvar e salvar. O bombeiro é o primeiro de quem nos lembramos em todas as situações, sejam de calamidade, incêndio ou até mesmo de emergência pessoal. Isso é muito importante, e, de nossa parte, em nome dos 36 Vereadores, queremos agradecer e cumprimentá-los pelo Dia do Bombeiro, que será no dia de amanhã, 02 de julho de 2010. Muito obrigado.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h26min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro - às 15h27min): Estão reabertos os trabalhos. Quero registrar a presença das jovens Alessandra Klafke, Rainha da São Leopoldo Fest; Talitta Stiehl, 1ª Princesa; Êmili Schneider, 2ª Princesa; e da Srª Oma Dita Lori Feldmann, Avó da Festa, que acontecerá do dia 24 de julho a 1º de agosto de 2010, em São Leopoldo, no Largo Rui Porto.

Convido para chegarem até a Mesa a Rainha, as Princesas e a Avó, que vieram para convidar esta Casa e todos os Srs. Vereadores para a grande Festa. O convite será entregue à Presidência, e o passaremos a todos os Srs. Vereadores.

Estão suspensos os trabalhos para recebermos o convite da Festa.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h28min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro - às 15h30min): Estão reabertos os trabalhos.

Mais uma vez, agradecemos à Rainha, às Princesas e à Avó da São Leopoldo Fest, que acontecerá de 24 de julho a 1º de agosto de 2010. O lançamento de abertura acontecerá no dia 5 de julho de 2010, na próxima segunda-feira, às 18h, no Centro Cultural José Pedro Boéssio, em São Leopoldo.

O período de Comunicações do dia de hoje também tratará do tema Síndrome de Alienação Parental e será tratado pelo Sr. Sérgio Moura, da Associação Gaúcha Criança Feliz.

O Sr. Sérgio Moura está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. SÉRGIO MOURA: Exmo Sr. Presidente, Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, assistência, em especial integrantes da Associação Gaúcha Criança Feliz, que me acompanham, Drª Melissa Telles Barufi, Drª Jamille Dala Nora; nosso Diretor, José Luiz Monteiro; nosso Vice-Presidente, Werner Soares, é com muita honra que estamos nesta Casa trazendo um pouquinho do trabalho da Associação Gaúcha Criança Feliz. Nós somos uma Associação que nasceu da necessidade de defender os filhos dos pais separados. Em primeiro lugar, quero agradecer a Deus a oportunidade, agradecer também ao Ver. Mario Manfro a oportunidade.

Traremos aos senhores algumas das nossas atividades. Em 2008 surgiu a ideia de criar-se uma associação para defender os filhos dos pais separados. Por quê? Por existir crianças que são usadas como joguetes, como instrumento de troca, como instrumento de vingança quando um pai deixa o outro pai por motivo de separação. Em 2008 era só um projeto. A Associação começou a crescer, foram chegando mais pessoas para trabalhar neste grupo; hoje somos uma associação registrada. Ela nasceu de um projeto que tinha a ideia de defender os filhos de pais separados. Hoje nós contamos com uma Diretoria constituída, temos representantes em todos os Municípios gaúchos; não vou citar todos, mas estamos do Chuí a Vacaria, da nossa Bagé até o Litoral. Temos no Centro-Sul; no centro do Estado, em Brasília; em São Paulo e também no Mato Grosso.

A nossa Associação atua, diuturnamente, na divulgação dos temas “guarda compartilhada” e “alienação parental.” O nosso objetivo, senhores, é levar a cada pessoa essa informação. Participamos de eventos públicos, organizamos palestras, estamos à disposição, diuturnamente, levando essa informação. E vimos a esta Casa pedir o apoio de V. Exas, para que Porto Alegre seja assistida.

Tramita nesta Casa um Projeto de Lei que vai criar, se Deus quiser, a Semana de Conscientização da Alienação Parental. Estamos pedindo apoio a esta Casa, porque, na semana de prevenção, de divulgação da alienação parental trará para Porto Alegre muita ferramenta, e os beneficiários serão as crianças vítimas das mazelas dos divórcios.

Então, temos projetos, entre eles, temos realização de seminários. Vamos manter as manifestações públicas de divulgação. Pretendemos fazer cursos para que os profissionais do Direito e da Psicologia possam receber mais informações. Atuaremos juntos às universidades, levando esse conhecimento. Estamos pesquisando há mais de dois anos os temas “guarda compartilhada” e “alienação parental.”

Estamos à disposição tanto da Casa quanto de todos que aqui estiverem, para que, quando tiverem dúvidas ou sentirem necessidade de apoio nessa área, possam contar com a Associação Gaúcha Criança Feliz. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Convidamos o Sr. Sérgio Moura a fazer parte da Mesa.

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; prezado Sérgio Moura, que representa esta nova empreitada, vamos assim dizer, porque trabalhar o tema da Síndrome de Alienação Parental, um tema novo que,a partir de 1985,passou a ser reconhecido como tal. Certamente esse é um tema novo para nós, legisladores, e para a sociedade como um todo. Nesse sentido, queremos cumprimentá-lo aqui em nome do meu Partido, o Partido dos Trabalhadores, por vir a esta Casa trazer esse tema e fazer, em conjunto, uma reflexão do papel que têm os pais na criação dos filhos ou na busca da qualidade de vida de um outro ser humano, que são os filhos, ou os nossos filhos. Não são raras as vezes que nos deparamos, sim, na sociedade, com esses conflitos conjugais, e as crianças é que sofrem, e mais do que sofrerem pelo sentimento espontâneo que elas têm, sofrem pelas ações deliberadas dos adultos que estão numa briga e numa guerra conjugal; e não são raras as vezes que nós recebemos notícias que as crianças são até assassinadas por rivalidade entre os pais. Isso é um problema seriíssimo, porque o mal que isso está ocasionando às pessoas, às crianças em formação e à sociedade podemos dizer é irreparável.

Aproveito para trazer outra preocupação. Hoje nós já avançamos no tema que diz respeito à criança e ao adolescente. Há poucos dias, nós debatíamos aqui - e debatemos com frequencia - o papel do Conselho Tutelar, sobre a sua estrutura e o seu apoio. A nossa estrutura do Conselho Tutelar - Porto Alegre foi pioneira, foi a primeira Cidade a constituir e implantar essa legislação no Brasil - ainda está muito aquém desses temas no que diz respeito à potencialidade que eles adquirem na sociedade.

E temos outro problema, Doutor. Além do problema da separação, há aqueles casais que convivem no mesmo teto, mas que também usam as crianças. Nesse sentido, eu até faço uma interrogação no sentido de saber se isso se enquadra na mesma Síndrome de Alienação Parental, porque não são raras as vezes em que as crianças são utilizadas para a disputa dentro da mesma casa, ou que são maltratadas e agredidas nas brigas familiares que acontecem. Temos recebido informações por meio do trabalho tanto dos Conselhos Tutelares quanto do trabalho da imprensa e mesmo do trabalho policial, de que as crianças são usadas sexualmente e destruídas naquilo que elas têm de mais nobre, que é a sua infância, a sua espontaneidade, a sua ingenuidade, a busca da confiança no adulto.

Portanto, eu quero, mais uma vez, cumprimentá-lo e dizer da importância do tema. Não podemos permitir que os adultos, casais ou não, usem de qualquer agressividade para destruir outro ser no seu momento mais nobre de entendimento da vida, que é a infância. O nosso cumprimento, um grande abraço. Continue essa luta e conte conosco.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Mario Manfro está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MARIO MANFRO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sr. Sérgio e todos os companheiros da Associação Gaúcha Criança Feliz, há 15 dias, aproximadamente, nós protocolamos um Projeto instituindo a Semana de Conscientização sobre a Alienação Parental. Esse Projeto é sobre a semana que inclui o dia 25 de abril, que é o Dia Internacional da Alienação Parental. Acho que todos nós conhecemos famílias em que ocorre a alienação parental. A primeira vez que eu escutei esse termo, eu confesso que não sabia o que era. Acho que é isto que estava faltando, um conceito para que a gente realmente saiba com o que estamos lidando, senão fica uma coisa empírica.

Está tramitando no Senado Federal um Projeto de Lei que já foi aprovado na Câmara Federal - está na Comissão de Constituição e Justiça, se não me falha a memória -, que institui penalizações, conceitua e cria, realmente, juridicamente, formas de poder punir quem assim pratica a alienação parental.

Achei muito interessante o que colocou o Ver. Engenheiro Comasseto, porque, realmente, isso não ocorre só com famílias de pais separados; isso pode ocorrer, realmente, com famílias em que as pessoas convivem juntas, até por problemas financeiros. Não são incomuns casamentos já praticamente desfeitos, pai e mãe conviverem no mesmo imóvel, o que acredito ser até pior, porque tem-se uma guerra diária de um genitor jogando a criança contra o outro. É óbvio que quem mais sofre são as crianças. Acho que veio em boa hora, Sérgio, esse alerta, porque, enquanto isso era uma coisa empírica, que se sabia que acontecia, mas que não havia um conceito, não havia formas de punição, aquilo passava meio desapercebido.

Acho que é muito importante o trabalho que vocês estão desenvolvendo. Podem contar conosco sempre que for possível. Estamos, inclusive, pensando em realizar um seminário sobre essa matéria, porque, sem dúvida nenhuma, tudo o que diz respeito às nossas crianças, aos nossos adolescentes, aos nossos futuros cidadãos é de suma importância. Obrigado, e contem conosco.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras; Srs. Vereadores; meu caro Sérgio Moura, eu tenho convicção de que a célula mais importante da sociedade é a família, mas a família organizada, unida, solidária, onde o entendimento e o entrosamento devem ser perfeitos. Infelizmente, nós vivemos um mundo em que isso quase não ocorre. É muito comum as famílias se dissolverem. E confesso que, como o Ver. Mario Manfro, eu não conhecia a expressão “alienação parental”, mas eu já presenciei, muitas vezes, filhos sendo jogados contra o pai ou contra a mãe. Isso não serve para o filho e também não serve nem para o pai e nem para a mãe. A melhor de todas as coisas seria o entendimento sempre. Isto é importante, mas eu fico feliz, também, em saber que existe agora a Associação Gaúcha Criança Feliz, dizendo não à alienação parental; e a Guarda Compartilhada Já.

Como disse o Ver. Comassetto, é comum ver, nas famílias, que aparentemente são organizadas, mães jogando filhos contra os pais e pais jogando os filhos contra as mães.

É muito importante a conscientização de que a família tem que ser solidária, tem que ter unidade. Não importa se, por circunstâncias diversas, os pais se separarem; os filhos continuam sendo dos mesmos pais. E, a esses pais, os filhos precisam oferecer a sua atenção e o seu carinho, mas também deles devem receber carinho igual e não podem ter essa alienação parental. Eu acho que vocês estão de parabéns, e muito mais deve ser feito para que as famílias tenham solidariedade, tenham amor, tenham preocupação uns com os outros e que possam ser mais felizes com o entendimento mútuo. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; nosso amigo e convidado no dia de hoje, Sérgio Moura, bem-vindo à Câmara de Vereadores. Quero saudar os integrantes da Associação Gaúcha Criança Feliz, que estão aqui no Plenário. Este é um tema muito presente, mas a expressão “alienação parental” ainda é muito desconhecida, mesmo ela estando no dia a dia dos nossos colegas, enfim, dos cidadãos e cidadãs. Quantos lares, hoje, sofrem esse processo de mudança familiar, de uma separação, e assim por diante?

E nós percebemos, aqui, na manifestação da Associação Gaúcha Criança Feliz, algumas considerações que eu acho muito importantes. Primeiro, quando diz que o pai ou a mãe de uma criança rompe os laços afetivos com o outro genitor, criando fortes sentimentos de ansiedade e temor em relação ao outro genitor.

E no verso desse fôlder que, possivelmente, estão distribuindo na Cidade, diz que o genitor alienante pratica ações como excluir o outro genitor da vida dos filhos; não comunica ao outro genitor fatos importantes relacionados à vida dos filhos, como problemas na escola, com o médico, comemorações, etc.; toma decisões importantes sobre a vida dos filhos, sem prévia consulta ao outro cônjuge, por exemplo, escolha ou mudança de escola, ou até de médico pediatra; transmite o seu desagrado diante da manifestação de contentamento externadas pela criança em estar com o outro genitor; organiza diversas atividades para o dia de visitas, de modo a torná-la desinteressante ou mesmo inibi-la; denigre a imagem do outro genitor; faz comentários desairosos sobre presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gênero do lazer que ele oferece ao filho; critica a competência profissional e a situação financeira do ex-cônjuge; emite falsas acusações de abuso sexual, uso de drogas e álcool; interfere nas visitas; obriga a criança a optar entre a mãe ou o pai, fazendo-a tomar partido no conflito; sugere à criança que o outro genitor é pessoa perigosa e muito mais.

Achei isso muito pertinente e acredito que esse fôlder, se os membros da Associação me permitem, poderia circular nas escolas de Ensino Fundamental, de Ensino Médio, porque hoje nós percebemos essa desagregação, esse sentimento que muitas crianças têm pelo fato de estarem desagregadas do pai ou da mãe. E por sentirem essa rejeição, muitos deles acabam tendo doenças como a depressão. E eu poderia dizer isso com segurança, porque conheço algumas famílias, alguns amigos que tiveram esse tipo de problema, e os filhos passaram por processo de tratamento com psiquiatra, e hoje eles têm um processo de depressão.

Então, esses dados são muito importantes, porque essa parceria, esse envolvimento que passa a ter uma outra família... É fundamental que alguém lute por isso.

Quero parabenizar essa iniciativa e associo-me como Vereador, com a nossa Bancada, por esse belo trabalho da Associação Gaúcha Criança Feliz. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. André Carús está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ANDRÉ CARÚS: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Dr. Sérgio Moura, Sras Vereadores e Srs. Vereadores, o tema da alienação parental já ganhou uma dimensão de debate em nível nacional. E é importante que tenha sido tratado por esta Casa, em especial, nas Sessões de quintas-feiras, que se dedicam à discussão de temas relevantes como este. E a alienação parental é um tema contemporâneo que desafia as famílias que, por razões, muitas vezes desconhecidas ou por força de sucessivos desentendimentos e discussões que, na maioria das vezes, surgem por pequenos problemas que poderiam ser resolvidos com um bom diálogo, acabam sendo destruídas, acabam encerrando um ciclo de convivência. E todos esses elementos que são referidos no material da Associação Gaúcha Criança Feliz - aliás, um material explicativo; cumprimento-os pela iniciativa - são absolutamente verdadeiros. Todos esses elementos acontecem na medida em que a desmoralização de um genitor pelo outro acaba interferindo decisivamente na vida da criança, e isso acaba exercendo uma influência, inclusive, na formação da personalidade dessa criança. E nós, que integramos e militamos na vida pública, temos que ter uma preocupação permanente com as futuras gerações tanto no campo educacional quanto no campo da inclusão social e no acesso ao mercado de trabalho, nós não devemos perder de vista essa questão.

A criança, por força das atitudes do genitor alienante, conforme coloca aqui o material, acaba tendo prejuízos na escola, na convivência com vizinhos, com colegas de aula e em outros espaços. Nós sabemos que esse integrante da futura geração sofrerá prejuízos lá na frente e enfrentará sérias dificuldades, Ver. Mario Manfro, em lidar com certas situações quando atingir a maturidade e buscar um espaço nesta sociedade competitiva, porque, no princípio da sua formação, da sua educação, foi vítima de questões que envolvem a alienação parental.

Então, quero cumprimentá-los, em primeiro lugar, pela iniciativa de trazer a esta Casa a discussão de um tema tão relevante, tão importante. É um tema contemporâneo que derivou, é claro, de outros que envolvem essas famílias que, por força de uma separação, litigiosa ou não, acabam colocando as crianças em situações constrangedoras, impondo, às vezes, acusações inverídicas ao genitor, que não condizem com sua conduta moral. E a moral é o que nós devemos levar em consideração nesse aspecto. O genitor alienante, na verdade, desrespeita a moral, ele pratica a imoralidade, porque não permite que o filho, que a criança conheça as virtudes, as qualidades do seu pai ou da sua mãe, que, na verdade, num determinado momento, exerceram influência positiva na vida dessa criança.

Reafirmo a satisfação de estarmos manifestando adesão a esse debate, e quero dizer que, com relação ao Projeto que tramita no Senado Federal referente a esta matéria, como Vereador do PMDB, estaremos encaminhando as notas taquigráficas desta discussão da Câmara Municipal de Porto Alegre ao Senador Pedro Simon, do PMDB, que lá representa o Rio Grande do Sul e que, certamente, pela sua trajetória e sensibilidade, fará com que esta matéria tenha um bom debate no Senado da República. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o tema da alienação parental é uma situação, como muito bem falou o Carús, bastante contemporânea e que aflige o âmago da nossa comunidade, que é a família.

Mas eu queria dar um passo à frente na questão da real causa dessa dissolução familiar. E eu não posso encontrar outra causa a não ser o não planejamento familiar, a não possibilidade, Dr. Raul, de as famílias poderem executar, de forma livre e consciente, o seu planejamento familiar.

Doutor, eu trabalhava agora, até as 14 horas, na Unidade de Saúde da Restinga, e lá eu dava seguimento a um projeto que foi iniciado em Porto Alegre, em 2005, e que deu a liberdade às mulheres de poderem escolher o contraceptivo que queriam utilizar. Aquelas que não se adaptaram a outros métodos, poderiam usar os implantes subcutâneos, por exemplo. Eu estava lá, fazendo a revisão e retirando esses implantes subcutâneos. E é impressionante como, nessa situação, a gente observa que mais de 90% daquelas mulheres que se adaptaram ao método hoje não têm condições, estão com dificuldade de fazer o seu planejamento familiar.

O Ver. Dr. Raul criou o Centro de Planejamento Familiar, no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, um centro de excelência, que tem ajudado muitas pessoas a executar o seu planejamento familiar, a fazer os métodos definitivos - lá se faz laqueadura, vasectomia e também se orienta sobre outros métodos. Mas é importante que, nas Unidades Básicas de Saúde, a gente dê a possibilidade de as pessoas escolherem quantos filhos vão ter. E as pessoas, quando lhes é dada a informação, por mais pobres, por mais humildes que sejam, têm o discernimento e sabem escolher o que é melhor para elas. Então, é importante que a gente não tenha preconceito, negando às populações excluídas da Cidade o que tem de melhor na Medicina.

Eu observo também, de um lado a causa e, de outro, a consequência. A consequência é a drogadição. O Ver. João Bosco Vaz já disse aqui, algumas vezes, que, se nós não cuidarmos das nossas crianças, se as famílias, se o Poder Público não cuidar das nossas crianças, a gente não precisa se preocupar, porque o traficante vai cuidar. É o outro lado da situação. É causa e consequência daquele mote, daquelas situações com as quais a gente, cotidianamente, convive. Na coordenação da Frente Parlamentar Antidrogas, a gente tem tido um profundo cuidado no sentido de trabalhar a saúde na questão da drogadição, e trabalhar nos três segmentos: na prevenção, fortalecendo essas redes comunitárias que já existem e que, às vezes, não substituem plenamente a figura paterna ou materna, mas que dão um suporte para a criança; no tratamento do drogadito, que é fundamental para aquele que quer se recuperar, e, sem dúvida nenhuma, na ressocialização.

Não adianta se internar o indivíduo, vinte dias isolado num determinado local, e ele voltar para o seio do tráfico, sem ressocialização.

Então, acho que temos que fazer uma profunda reflexão, e agradeço a oportunidade de poder estar aqui fazendo essa profunda reflexão, de poder estar aqui falando sobre a causa do problema, que é o não planejamento familiar, às vezes, por ortodoxia, às vezes porque não se pode pensar na periferia na Cidade, e de poder pensar, também, na consequência do problema, que é a drogadição. Parabéns! O nosso Gabinete está à disposição.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. RAUL: Presidente Tessaro, Dr. Sérgio, nossos visitantes, aqueles que nos assistem, Vereadores, Vereadoras, eu não poderia deixar de me manifestar, porque esse é um assunto com o qual eu lido, vamos dizer, há quase 30 anos, atendendo nas nossas comunidades periféricas. Então, a gente tem aquela sensibilidade de ver, no dia a dia, o que acontece com as famílias. Claro que também temos famílias, na periferia, bem constituídas, que funcionam bem, mas, infelizmente, ao longo dos anos, o que tem acontecido é o surgimento de uma superpopulação ligada ao narcotráfico, ao tráfico de tóxicos. Isso passou a ser um mercado na periferia, pois quanto mais pessoas, quanto mais crianças houver, mais soldados haverá para trabalhar nessa questão. Isso nos deixa muito tristes.

Então, quando nós tivemos a oportunidade de lançar aqui nesta Casa, há cinco anos, um projeto criando um centro municipal de planejamento familiar, isso nos deixou muito felizes, pois pudemos contribuir com a Cidade. Hoje isso já se materializou, já existe, já está acontecendo, já faz mais de um ano que, no Hospital Presidente Vargas, essa matéria vem sendo colocada gratuitamente à disposição da população.

Mas temos que ver muito também a parte emocional, a parte que envolve o psicólogo, que envolve o psiquiatra, que envolve um entendimento entre as famílias. E nós temos que avançar muito na cidade de Porto Alegre, também, nesta área do atendimento às emoções, porque nós estamos, no SUS, com o cobertor muito curto, pois vão se atendendo às urgências e não se consegue, efetivamente, atender com toda aquela qualidade que nós gostaríamos. Claro, tem-se avançado nos últimos anos no sentido dos CAPs, no sentido dos leitos, mas estamos muito aquém da necessidade. Então, nós sabemos que a família bem constituída, efetivamente, faz com que as políticas públicas não sejam tão demandadas, não sejam tão necessárias. E aí nós estamos falando no planejamento familiar, mas estamos falando, também, em moradia, em educação, em habitação, em meio ambiente, enfim, em todas as políticas públicas que, quando uma família é bem constituída, elas acabam sendo otimizadas.

Então, a mensagem que nós deixamos é que procuremos fazer com que haja a inclusão social de uma maneira permanente. A inclusão social é necessária de todas as formas, inclusive com a educação, no sentido que as pessoas, lá das populações mais carentes, também pensem sobre isso, informem-se e tenham acesso efetivo ao planejamento familiar e também, vamos dizer assim, às consultas psiquiátricas, às consultas com psicólogos, com as quais nós temos muitas dificuldades. Eu me lembro ainda que, lá por 1998, nós tínhamos centrais de marcação de consultas psiquiátricas no Centro de Porto Alegre, nós tínhamos psiquiatras em algumas Unidades, mas isso, em função da reforma psiquiátrica, deixou de acontecer. Hoje, é muito difícil, existe muita medicação e pouca conversa, pouco entendimento entre as pessoas.

Então, o que nós buscamos, realmente, é construir uma sociedade melhor e que nós possamos fazer com que as famílias realmente se integrem mais, estejam mais unidas e que o planejamento familiar seja realmente pensado, efetivo, o que vai fazer com que a qualidade de vida de todos nós cada vez seja melhor e com que a sociedade consiga, de uma maneira mais íntegra, mais dinâmica e mais digna, sobreviver no dia a dia. Muito obrigado. Saúde para todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Nelcir Tessaro, eu quero, muito rapidamente, parabenizar o trabalho da Associação Gaúcha Criança Feliz e dizer que, a partir de vocês, é que nós tivemos o primeiro contato com o tema e com a campanha contra a alienação parental, a partir de uma ação, acho que foi no dia 25 de abril, na Redenção.

Eu e o Ver. Pedro Ruas estávamos lá e encontramos a Bibliotecária Mônica, que também é conhecida da Gabriela Tolotti, e ela nos panfletou, explicou, conversou, inclusive conversou com a nossa Deputada Federal Luciana Genro, que já tinha debatido sobre o Projeto de Lei na Câmara Federal. Então, já tinha o conhecimento do tema e, evidentemente, já estava apoiando essa luta tão importante. Isso é fundamental, porque, a partir dessa intervenção da sociedade civil organizada, dos especialistas, das ONGs vinculadas aos direitos das crianças e dos adolescentes, nós conseguimos debater um tema que, há dois anos, no Brasil, talvez um pouco mais, ficava relegada apenas como uma questão familiar, Ver. Mario Manfro, como se fosse uma questão interna, de uma família que se separa e que a sociedade não tem nada a ver com isso, assim como era, muitas vezes, tratada a questão da violência contra a mulher, e foi um avanço da luta das mulheres a criminalização da violência através da Lei Maria da Penha, para a qual falta recurso para ser executada, mas já existe um debate sobre isso, assim como vocês, agora, estão fazendo sobre os direitos das crianças. É muito traumático, para um pequeno, passar por uma situação de separação, em que uma parte fique desmerecendo, xingando, falando mal do outro parceiro, e é muito difícil quando a criança é usada como moeda de troca, em determinados casos de situação conflituosa, quando a mãe ou o pai não deixa a outra parte ver o filho, porque o pai não presta em função, enfim, dos problemas pessoais, e não se dão conta da violência que estão promovendo com essas crianças, e que vai repercutir no futuro, seja no consumo de tóxicos, como foi colocado aqui, ou seja na propensão a doenças psíquicas.

Eu, inclusive, li um estudo, Doutor, que trata do problema também da esquizofrenia, que pode se manifestar em determinados casos de violência e sofrimento psíquico desde criança, já que é uma doença genética e altamente complicada, altamente sofrível para a família.

Então, eu queria, na verdade, parabenizar a Associação por este trabalho, e dizer que nós, do Legislativo Municipal, também temos que nos preocupar com atuação do Poder Público, porque, num processo difícil como este, para o qual há uma legislação federal, existe a batalha da guarda compartilhada, existe a campanha de conscientização, também tem que haver o atendimento na ponta. Não é possível que um psicólogo, Rogério, no Partenon, faça o atendimento a milhares de famílias que moram na região. Não é possível que a gente não pense no filho do pobre, no filho do que depende do Sistema Único de Saúde, no filho daquele que depende do posto da Vila Vargas, que segue fechado, Mario Manfro! Desde a municipalização, ele segue fechado. As pessoas caminham cinco quilômetros para o posto mais próximo, que, muitas vezes, não conta com um psicólogo, porque não tem concurso público para que haja um atendimento tão essencial para dar conta dessas apreensões não só dos pequenos, mas também dos pequenos que estão em situação de violência psicológica, porque, para mim, isso é violência psicológica, não teria outra palavra.

Então, nós temos que ver - e eu conversava, recentemente, com o Ver. Oliboni, Presidente da COSMAM - em que medida a Câmara Municipal pode atuar no sentido de permitir às famílias, às crianças, esse atendimento, que é um direito garantido pela Constituição e que, muitas vezes, falta no Sistema Único de Saúde, nos postos da Capital, tornando mais difícil ainda a vida dessas crianças que sofreram alienação parental e que não têm esse atendimento garantido.

Temos que seguir com a campanha de conscientização, temos que ver como a Câmara pode aportar, seja na confecção de materiais, Presidente, seja na divulgação do tema - e hoje todo mundo que está vendo a TVCâmara já debateu ou ouviu sobre o tema. Mas nós podemos pensar além, como a Câmara ser parceira desse importante trabalho que vocês fazem. Eu venho, de fato, reconhecer esse trabalho de vocês que tirou várias pessoas da desinformação sobre o tema e, certamente, ganhou outros adeptos para a luta.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Passamos a palavra ao Sr. Sérgio Moura para suas considerações finais.

O SR. SÉRGIO MOURA: É com grande emoção, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, assistência, meu amigo pessoal Verner, que recebemos essas palavras. Há dois anos, ou um pouco mais, quando começamos a estudar este tema, não se tinha a dimensão desse mal. Não se sabia ainda, embora, como falou bem o Doutor, a gente sofra, sofreu, conhece quem sofre, conhece quem sofreu, viu alguém fazer isto: “Teu pai não presta; tua mãe é isso; teu pai nos abandonou; tua mãe é aquilo”. Nós já temos catalogado muitos estudos para poder dar suporte a essas questões. E o que nós catalogamos até agora, na Associação, está totalmente à disposição desta Casa, das legislaturas dos senhores, seja qual for a hora. Como eu falei na tribuna, a gente está à disposição para palestras, para pequenas palestras; mesmo se apenas uma pessoa estiver necessitando, estamos à disposição. Nós temos um grupo em Porto Alegre, e há gente trabalhando nisso em outras cidades.

Como eu disse anteriormente, temos representação até em Brasília, trabalhando diretamente, junto ao Senado e à Câmara, para que a lei da alienação parental, hoje nas mãos do Senador Simon, seja uma solução, uma ferramenta na qual o Poder Judiciário possa se apoiar para dizer não à alienação parental. As questões estão enumeradas no nosso fôlder, que, até então, é fornecido por nossos meios, dos integrantes da Associação - graças a Deus a gente tem gastado, porque tem ajudado muita gente. A maior parte do material que a gente tem usado no dia a dia também é aporte nosso; já contamos com a graça da impressão desse material através do nosso amigo, o Ver. Mario Manfro. Agradeço a disposição da Vereadora, e vamos pedir apoio, aliás, pedido já está, vamos buscar o apoio que foi oferecido; vamos usar, sim, Presidente, esse apoio.

Essa lei da alienação parental foi lançada em 2008 por um juiz paulista chamado Elizio Perez. Ele compilou o texto, as associações existentes até então conversaram muito, e saiu o texto inicial, que foi apresentado pelo Deputado Regis de Oliveira. Na sequência, vários deputados e comissões trabalharam a lei; posteriormente, a primeira Relatoria foi conferida à Deputada Maria do Rosário; passou pelas mãos do Senador Paulo Paim, e hoje está com o Senador Simon. Essa lei, senhores, é gaúcha. Vamos levá-la a cabo, e o seu marco não é será somente termos a lei, será o de começarmos realmente a combater a alienação parental com uma ferramenta apropriada.

O último projeto em análise que a gente tem, que deve ser implantado, diz assim: auxiliar o Poder Judiciário no que puder para que ele consiga implantar a mediação familiar, que é o terceiro passo, o final do nosso Projeto. Inicialmente, era a guarda compartilhada; vencemos, com a Lei da Guarda Compartilhada, que é realidade, porém o Judiciário encontra muita dificuldade. Foi criado um chavão que, se não há consenso entre os pais, não haverá guarda. Isso é prejudicial, porque, à medida que um dos genitores não quer - por várias razões, e todas pessoais -, ele só cria tumulto e já prejudica o processo todo. Também há aquele genitor acusado, no caso das falsas acusações de abuso sexual; eu posso trazer aos senhores que 30% dessas acusações já estão catalogadas como falsas. Para a criança que está nesse jogo da falsa acusação, a dor é igual, se não for maior, porque ela vai se sentir como abusada - estudos já comprovam essa afirmativa. Uma criança que foi abusada, realmente, está numa situação dramática, é tudo de ruim que possa haver; porém uma criança que foi envolvida numa falsa acusação de abuso sexual tem e terá muito mais problemas, infelizmente, sendo também uma vítima.

Respondendo a pergunta do nobre Vereador: alienação parental também acontece muito dentro de casa, e a nossa Associação estuda isso. Não raro, temos notícias de casos e sabemos de várias experiências em que um dos pais jogam os filhos contra o outro dentro de casa. Eu já ouvi uma mãe dizer para uma menina de dois anos, que derrubou um brinquedo no chão: “Tu és tão relaxada quanto o teu pai.” Os senhores compreendem a dimensão disso na cabeça de uma criança? É ruim, senhores; é muito ruim!

Já deixei com os senhores o nosso pequeno histórico, as atividades que estamos realizando, nossos projetos. Agradeço muito mesmo, em nome de todas as crianças do Rio Grande do Sul, das crianças do Brasil e do mundo essa recepção, esse apoio. E podem ter certeza: eu vou bater nos seus gabinetes, sim. Só vou me organizar um pouquinho, porque recebi 36 ofertas de apoio, não é, Presidente? Vou levar um tempinho, mas me aguardem. A minha equipe e eu estaremos visitando os senhores muito em breve. Muito obrigado. Muito obrigado mesmo!

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Nós é que queremos agradecer, Sr. Sérgio Moura, pela palestra de um tema que é muito importante: alienação parental. É um tema novo, pode ser um pouco desconhecido, mas é muito praticado. Então é de importância essa discussão, esse amparo, a aprovação dessa legislação, para que todos possam dizer “não” a essa alienação e trabalhar para que, cada vez mais, as crianças tenham os seus direitos e fazer com que os fatos não possam prejudicar a sua boa criação. Então nós agradecemos a sua presença e queremos nos despedir. Muito obrigado.

 

O SR. SÉRGIO MOURA: Muito obrigado a todos.

 

(Procede-se à despedida.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadoras e Vereadores; público que acompanha neste momento o Canal 16. Nós ouvimos e vemos, todo santo dia, inúmeras reportagens e informações sobre o caos na Saúde, seja no Estado, seja aqui em Porto Alegre. E o retrato disso são milhares de pessoas que procuram as unidades de saúde e não encontram atendimento, procuram as emergências dos hospitais e ficam por quatro, oito horas esperando; e isso não é de hoje. Há muito tempo esta Câmara tem colocado nesta tribuna, por diversos Vereadores, o caos da Saúde. Nós observamos que, por mais que falemos, sempre os gestores, sejam eles municipais, estaduais ou federais, dizem que é falta de recurso, mas as iniciativas são muito poucas. Se por um lado nós temos os prestadores de serviço, Ver. Engenheiro Comassetto, que são conveniados ao Gestor e que dizem que só não atendem mais às emergências, exatamente porque não são autorizados pelo Gestor, nós vamos perceber que o sistema de cotas está ultrapassado. Não há mais como nós trabalharmos com o sistema de cotas, Ver. Toni Proença. É inadmissível imaginar que um prestador de serviços, um hospital que pode ser filantrópico, ao receber a incumbência, a autorização, de atender duas mil consultas numa emergência, receba do Gestor o pagamento pelas duas mil consultas, embora ele tenha realizado, em função da demanda, três, quatro, cinco mil consultas. Ou seja, ele não recebe por essa diferença. Ora, o Poder Público, o Gestor, teria que, além de pagar, agradecer o empenho dessas entidades ao atenderem a população. Mas não. Se nós falarmos, como eu tenho falado com alguns conveniados, com alguns prestadores de serviços ao Município, nós veremos que há uma enorme dificuldade para receber a diferença.

Eu faço esse apelo, como já o fiz para o nobre Secretário da Saúde e continuarei fazendo, porque é nosso compromisso convencer o Gestor a buscar mais recursos, sejam estaduais ou federais, para bancar essa demanda na cidade de Porto Alegre, pois, à medida que o cidadão vai a uma Unidade de Saúde, Ver. DJ Cassiá, e não encontra atendimento, ele fica frustrado e indignado, porque ele paga impostos e não tem retorno do Poder Público. É nesse sentido que eu, às vezes, fico indignado e impotente, ao ir a uma emergência e perceber que existem vários cidadãos que podem perder suas vidas em razão da demora no atendimento, pois é inadmissível que o Poder Público não dê condições a esses prestadores de serviços de atenderem essas pessoas com mais agilidade e dignidade - às vezes, até os bancos são de madeira. É inadmissível um cidadão chegar numa emergência e não ser recepcionado por uma Enfermeira, por um Médico, ou até mesmo um Auxiliar de Enfermagem, para verificar a sua pressão arterial. Esse cidadão pode ser hipertenso e, num lapso de dez minutos, ele pode perder sua vida! Pois se ele não disser que está mal, que está caindo, ele não é atendido! É inadmissível, independentemente do Governo que está no poder! Nós temos que continuar lutando por isso, para melhorar esse atendimento, já que a rede está, de uma certa forma, sucateada e ainda não atende à demanda. Claro que há esforços no sentido de melhorar - esse novo Secretário está lutando -, mas ainda não é o suficiente. E aí, não havendo esse atendimento humanizado nos postos de saúde, o cidadão vai para as emergências, mas, infelizmente, em algumas emergências, são necessárias oito horas de espera.

Portanto, esse grito é o grito do povo, é o grito daquele que não está sendo atendido! Faço esse apelo, Ver. Engenheiro Comassetto, Verª Fernanda Melchionna, Ver. Toni Proença, porque essa é uma luta de todos nós, de tentar convencer. Falo aqui, em nome da Bancada do PT, e espero que todos sejam não só solidários, mas atuantes nessa área. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apregoo o PLL nº 121/10, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o Titulo Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Dr. Rinez da Trindade.

O Ver. André Carús está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ANDRÉ CARÚS: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, utilizo aqui o espaço da Liderança do PMDB para fazer a divulgação de uma atividade que estamos promovendo no próximo dia 08 de julho, quinta-feira da próxima semana, aqui nesta Casa, na sala 301, no espaço das Comissões, que é uma plenária que irá discutir o Projeto que protocolamos nesta Casa, na semana passada, que institui o Programa do Primeiro Emprego Municipal, no âmbito do Município de Porto Alegre.

A intenção da nossa proposta é facilitar o acesso da juventude que está na faixa etária dos 16 aos 24 anos, fora do mercado formal de trabalho. E nós, que convivemos o dia a dia dessa realidade, Verª Fernanda Melchionna, que sabemos das imensas dificuldades que se impõem para que os jovens que estão nessa faixa etária acessem as oportunidades e tenham condições de pleitear as vagas no mercado formal de trabalho, entendemos que, com essa proposição, poderemos, ainda que apenas no âmbito da nossa Cidade, promover algo que é inclusão social e, ao mesmo tempo, uma contribuição definitiva para a formação de jovens que tenham identidade, desde já, com o mundo do trabalho.

Nós temos, em Porto Alegre, uma população na faixa etária dos 16 aos 24 anos que se aproxima de 340 mil jovens. É um número bastante expressivo, e a taxa de desemprego dessa juventude vem crescendo a cada ano. Temos que proporcionar geração de oportunidades, com ações efetivas do Poder Público nessa direção. O cerne da nossa proposta é a concessão de um benefício fiscal às empresas de pequeno, médio e grande porte que aderirem voluntariamente a esse Programa. As empresas de pequeno e médio porte que contratarem, a partir da totalidade do seu quadro funcional, 20% de jovens nessa faixa etária, e as empresas de grande porte que contratarem 30% de jovens do número total do seu quadro funcional passam a recolher a alíquota mínima do ISSQN em Porto Alegre, hoje estipulada em 2%.

A Lei Orgânica Municipal, no seu art. 56, faculta esta Casa a legislar sobre esse tema, se houver uma discussão nesse sentido. Não estamos aqui, com essa iniciativa, propondo redução ou alíquota regressiva do ISSQN. Não é competência do Poder Legislativo essa direção, mas é competência, sim, legislar sobre os métodos e as formas de arrecadação, conforme estatui o art. 56 da Lei Orgânica Municipal.

A partir dessa permissão e a partir dessa necessidade social que se impõe a cada dia, principalmente para todas aquelas entidades, pessoas, militantes, cidadãos, famílias que disputam a juventude com a criminalidade, a drogadição e outras tantas dificuldades, estamos propondo a instituição do Programa Primeiro Emprego municipal e que essas empresas tenham, na adesão voluntária a esse Programa, o cumprimento da sua responsabilidade social. É preciso, sim, cobrar da iniciativa privada a responsabilidade social. Não basta apenas a iniciativa privada servir-se daquilo que é oferecido pelo Poder Público ou pelo controle estatal; tem que haver uma contrapartida.

Temos o entendimento, por formação, por crença ideológica, de que estas medidas que estamos aqui apresentando a partir desse Projeto irão contribuir, e muito, para que possamos superar esse cenário de marginalização e de carência de políticas públicas e que realmente incluam a juventude no mercado de trabalho e em outros tantos temas. Entrando no mercado de trabalho, qualifica-se, acessa-se o ensino técnico profissionalizante, acessa-se o Ensino Superior, e é disso que a juventude precisa, para não apenas ficar esquecida, à margem do crescimento da nossa sociedade.

Porto Alegre, por ação do Prefeito Fogaça, é pioneira na criação de um órgão executivo voltado à promoção de políticas públicas para a juventude. Nós temos a Secretaria Municipal da Juventude e temos certeza de que, a partir dessa caminhada, que certamente será aprovada aqui pelos colegas Vereadores, estaremos cumprindo um marco legal importantíssimo em favor dos jovens porto-alegrenses que buscam oportunidades no mercado de trabalho. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores e Vereadoras; senhoras e senhores que nos ouvem, em nome da oposição - PT, PSOL, PSB -, queremos fazer uma reflexão com os colegas Vereadores e com a sociedade porto-alegrense a respeito dos serviços, ou da falta de serviços na Cidade de Porto Alegre, principalmente na sua periferia; a respeito dos projetos que são anunciados e da sua não realização efetiva, projetos que criam expectativas na sociedade, que mobilizam a sociedade, que vai para o Orçamento Participativo, que constrói demandas e que fica no aguardo.

Vou usar como exemplo esse final de semana, com as chuvas que Porto Alegre recebeu. É verdade, foram chuvas excessivas, mas chuvas excessivas, somadas à falta de realização dos serviços e dos projetos, acarretam um prejuízo muito maior às comunidades. Na última terça-feira, a comunidade da Zona Sul - da Av. Edgar Pires de Castro, da R. Dorival Castilho Machado, das margens do arroio do Salso, do Túnel Verde, do Lami, das Moradas da Hípica, da Chácara do Banco, da São Pedro - fez uma manifestação, Sr. Presidente: trancaram a Av. Edgar Pires de Castro, das 15 até as 18h30min; distribuíram um manifesto para toda a comunidade perguntando por que a dragagem do arroio do Salso, que estava prevista para ser realizada ainda em 2007, não foi realizada, com dinheiro no Orçamento, porque sofreu o ciclone de maio de 2008, quando milhares de famílias ficaram embaixo d’água, e agora se repetiu o mesmo fato.

Na dragagem que foi realizada, prezado Ernesto, Diretor-Presidente do DEP, certamente não houve a fiscalização para responder pela qualidade técnica que era necessária, porque foi feita uma meia-boca na dragagem do arroio do Salso, mas certamente a empresa deve ter recebido integralmente, prezado Ver. Toni Proença. Mas o serviço, Ver. DJ Cassiá, que mora lá na Região Sul, V. Exª viu como ficou - a região embaixo d’água.

A finalização da dragagem até hoje não foi realizada - e o dinheiro no Orçamento desde 2007? E o Prefeito José Fogaça fez campanha e disse: “A dragagem do arroio do Salso estará pronta em 60 dias”. Ele já foi, o povo ficou, e os problemas também.

Estamos recebendo aqui, hoje, a Tavana, a Diretora da Escola da Lomba do Pinheiro. Há poucos dias, debatíamos lá com o Secretário Romano Botin, da EPTC, que anuncia hoje que renuncia. Quero dizer, em nome da Bancada do PT e da oposição, que é uma lástima, porque é um Secretário que abriu diálogo com as comunidades. Muitos problemas que existem são da acessibilidade - acessibilidade aos postos de saúde e às escolas. Crianças, professores e pais desembarcam do ônibus, e não há calçada para caminhar até a escola ou até o posto de saúde - então caminham onde? No leito da rua, gerando um conflito e correndo risco de vida! Esse problema é crônico em todas as comunidades da periferia. Quem vai ao posto de saúde para tirar ficha na madrugada fica onde? Na rua, sem nenhum abrigo, na chuva, no vento ou no sol. Assim não dá! Acessibilidade também tem que ser através dos equipamentos públicos.

Portanto, Sr. Presidente, em nome dos Partidos de oposição, falamos ao Prefeito Fortunati que ele deve retomar a execução desses serviços. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Está encerrado o período de Comunicações.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2573/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 017/10, de autoria do Ver. Beto Moesch, que concede a Comenda Porto do Sol ao Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul – NEJ.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 6142/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 264/09, de autoria do Ver. Mario Manfro, que altera a ementa, o art. 1º e o caput do art. 2º e inclui arts. 2º-A, 2º-B e 3º-A na Lei nº 6.215, de 14 de outubro de 1988 – que dispõe sobre adoção de Escolas de 1º Grau por empresas ou pessoas físicas –, alterada pela Lei nº 7.801, de 14 de junho de 1996, instituindo o Programa Municipal de Adoção de Escolas e Creches da Rede Municipal de Ensino e dando outras providências, e revoga o parágrafo único do art. 2º e o art. 3º da Lei nº 6.215, de 1988.

 

PROC. Nº 1852/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 082/10, de autoria do Ver. Tarciso Flecha Negra, que obriga os estabelecimentos bancários situados no Município de Porto Alegre a instalarem em seus caixas de atendimento box ou dispositivo que impossibilite que a operação realizada pelo cliente seja visualizada por outras pessoas.

 

PROC. Nº 2244/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 095/10, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que concede o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao senhor Jair Claudio Kobe.

 

PROC. Nº 2270/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 098/10, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Leonilda de Souza o logradouro público não cadastrado conhecido como Rua 5 – Chácara da Fumaça I –, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não havendo inscritos, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h39min.)

 

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